quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tudo o que devia ter sido e não foi...

A tua ausência dói mais a cada dia que passa... Porque quando mais tempo passa mais aumenta a lacuna de tempo passado separados. Qualquer dia não te reconheço. Já há coisas em ti que não reconheço como sendo características do meu filho. E o teu futuro preocupa-me. Estás a aprender a viver de uma forma que eu nunca te ensinaria porque vai contra os meus princípios. E, em contrapartida, não irás aprender tantas coisas valiosas que eu te queria ensinar. Até aquelas que já tinhas aprendido tens ido perdendo, porque estás num ambiente em que não são usadas. Que pena, filho. Não é culpa tua. Tu és o mais inocente no meio de tudo. Mas se não se usam certos princípios no ambiente em que vives, tu também não podes aprendê-los...

A mãe está sozinha. Tal como a tua avó diz, eu não tenho ninguém. Ninguém me liga. Por isso é que, como eu já te expliquei, a minha luta por ti é mais difícil do que a do Marlin à procura do Nemo. Porque, se bem te lembras, o Marlin teve muitas ajudas: a Dori, o Casco, o grupo de tartarugas, os peixes que estavam no aquário com o Nemo. Todos ajudaram. Eu não tenho ninguém, como tanto a tua avó gosta de evidenciar e facto do qual se vale.

Olho para trás, penso nas coisas que devíamos ter feito juntos neste doloroso ano e meio e que não nos deixaram fazer. Penso no teu percurso que foi desviado. Penso na minha vida de mãe interrompida. Penso em toda a nossa vida familiar desfeita, em toda a nossa vida perdida. Nunca perdoarei o que nos fizeram. Está para alem das minhas capacidades.