sábado, 28 de maio de 2011

Nada faz sentido, filho...

Tenho andado a pensar na nossa situação e a conclusão a que chego é que nada do que estamos a viver faz sentido... Não sei qual pode ser a justificação para estarmos a viver este inferno... Ninguém me deu uma justificação válida (nem válida, nem sem ser válida, não me disseram o "porquê") para estarmos afastados da forma que estamos, meu amor fofinho. O que pode justificar que eu só te possa ver durante uma hora de 15 em 15 dias, vigiada por Técnicas de Serviço Social, numa associação onde nada tem a ver com ambiente familiar. Que convívio é o nosso? Quem sou eu actualmente na tua vida???

EU E O TEU PAI ESTAMOS A SER TRATADOS COMO CRIMINOSOS QUANDO NÃO HÁ A MÍNIMA RAZÃO PARA ISSO!!! O teu pai sempre frequentou livremente as casas dos teus avós, onde tu agora vives. Sempre foi lá aos dias e horas a que queria e ficou lá o tempo que quis à vontade. Agora não pode porque tu vives lá. Que sentido faz isto??? Que mal fizemos nós? Não fizemos mal a ninguém, muito menos a ti, para estarmos a viver um castigo destes.

Não me admiraria tanto se não te deixassem viver connosco e dissessem que era porque estamos ambos desempregados neste momento, que não temos estabilidade económica. Mas isso justifica que só te possamos ver uma hora de 15 em 15 dias numa associação vigiados por técnicas? Não faz sentido, filho!

Lembras-te da C., a mãe da tua amiga M.? Por motivos que tu ainda não entendes, problemas que ela teve na vida, não teve condições para criar os filhos mais velhos, que tu também conhecias. Eles estiveram a cargo da avó, a D. M.J. ... Mas nunca ninguém disse à C. que tinha esta ou aquela hora, ou este ou aquele dia para ver os filhos... Ela sempre conviveu com os filhos diariamente, quando queria e como queria. A avó era uma pessoa responsável, por isso sabia que os netos podiam conviver com a mãe à vontade... Ela ia às festas da escola, às festas de aniversário dos filhos, passavam juntos o Natal...

Por agora, amor, eu já nem pedia mais nada, além de poder conviver contigo normalmente, conhecer os teus professores, os teus colegas, os teus amigos, participar da tua festa de aniversário, ir visitar-te quando quisesse e pudesse, ficar contigo o tempo que quisesse e pudesse, tu puderes visitar-me, a mim e ao teu pai, com a tua avó... Enfim... Se não me deixavam ser uma mãe a 100%, ao menos que o pudesse ser pela metade, que pudesse ver-te crescer, participar da tua vida. Estão a fazer de nós uns estranhos para ti.

As pessoas não acreditam em mim, filho... Pensam que te fiz algum mal muito grande ou então, se estou a falar a verdade, então que abra os olhos porque quem está a cortar os contactos é a tua avó. Porque se ela tem a tua guarda, ela é que decide quem são as pessoas com quem tu te dás e com quem não te dás...

Para dizer a verdade, amor pequenino... Eu já não sei o que pensar... Que não faz sentido, não faz...

Sem comentários:

Enviar um comentário